FRANJAS E CARACÓIS: AUTORIDADE E HUMILDADE



Nós, da Missão Apostólica e Profética do Farol – Um Sinal De Alerta Para O Povo De Deus - temos o prazer de compartilhar com você este estudo muito importante para os dias de hoje. Felizmente, muitas pessoas estão descobrindo que entender sobre Israel e sobre o contexto hebráico das Escrituras, é um fator chave para conhecer mais profundamente sobre Jesus (Yeshua) e Seu mundo.
Texto base: (Números 15: 37 – 41):
“Disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes que NOS CANTOS DAS SUAS VESTES FAÇAM BORLAS PELAS SUAS GERAÇÕES; E AS BORLAS EM CADA CANTO PRESAS POR UM CORDÃO AZUL. E AS BORLAS VOS SERÃO PARA QUE, VENDO-AS, VOS LEMBREIS DE TODOS OS MANDAMENTOS DO SENHOR, E OS CUMPRAIS; e não seguireis os desejos do vosso coração, nem os dos vossos olhos, após os quais andais adulterando. Para que vos lembreis de todos os mandamentos, e os cumprais, e santos sereis a vosso Deus”. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tireu da terra do Egito, para vos ser por Deus: Eu sou o Senhor vosso Deus”.

FRANJAS

Em (Mateus 9:20-22) encontramos a história curiosa de uma mulher com um fluxo de sangue, que recebeu uma cura, simplesmente tocando NA ORLA DO MANTO DE JESUS (YESHUA).

Vejamos o que diz o texto:

“E eis que uma mulher, que durante doze anos vinha padecendo de uma hemorragia, veio por trás dele e lhe TOCOU NA ORLA DA VESTE; porque dizia consigo mesma: SE EU APENAS LHE 

TOCAR A VESTE, ficarei curada. E Jesus, voltando-se, e vendo-a, disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou. E desde aquele instante a mulher ficou sã”.

Em (Marcos 5:30-31) temos a continuação desta história:

“Jesus, reconhecendo imediatamente que dele saíra poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: QUEM ME TOCOU NAS VESTES? Responderam-lhe seus discípulos: Vês que a multidão te aperta, e dizes: Quem me tocou?

Em (Marcos 6:53-56) Jesus (Yeshua) chega à cidade de Genesaré, à beira do Mar da Galiléia, e uma grande multidão afluiu para estar com ele:

“Estando já na outra banda, chegaram a terra em Genesaré, onde aportaram. Saindo eles do barco, logo o povo reconheceu Jesus; e, percorrendo toda aquela região, traziam em leitos os enfermos, para onde ouviam que ele estava. Onde quer que ele entrasse, nas aldeias, cidades ou campos, punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que OS DEIXASSE TOCAR AO MENOS NA ORLA DA SUA VESTE; E QUANTOS A TOCAVAM SAÍAM CURADOS’’.

Como acabamos de ler, todos aqueles enfermos foram curados porque, pela fé, TOCARAM NA ORLA, ou seja, NAS FRANJAS DE SUAS VESTES. Isto nada mais representava do que Sua autoridade. Então, a fé deles mais o poder e a autoridade de Jesus é que curava suas enfermidades. 

A esta altura, precisamos responder a uma pergunta muito importante: QUAL O SIGNIFICADO DA ORLA DAS VESTES DE JESUS (YESHUA) ?

Bem, a primeira vista, parece algo sem muita importância. Porém, assim que entendermos seu significado, então estes textos terão um sentido bem mais profundo. 

Quando traduzimos a palavra “orla”, entendemos que a mesma se refere às “franjas” (chamadas em hebráico de “tziziot”), que ficavam obrigatoriamente nos quatro cantos das vestes de todo homem judeu, de acordo com as instruções que Deus determinou aos filhos de Israel, registradas em (Números 15:37-41):

“Disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes que nos cantos das suas vestes façam borlas pelas suas gerações; e as borlas em cada canto presas por um cordão azul. E as borlas vos serão para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os cumprais; e não seguireis os desejos do vosso coração, nem os dos vossos olhos, após os quais andais adulterando. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e santos sereis a vosso Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para vos ser por Deus: Eu sou o Senhor vosso Deus”

Como acabamos de ler, estas “franjas” tinham a finalidade de trazer à memória de todo homem judeu a responsabilidade de cumprir todos os mandamentos de Deus.

Elas ficavam penduradas nas quantro bordas de suas vestes, em plena vista de todos e de si mesmo, a fim de serem uma lembrança constante. 

Até hoje podemos ver estas franjas penduradas no lado de fora, sobre os cintos dos judeus religiosos, ou seja, eles vestem uma camiseta com quatro cantos e puxam as franjas para o lado de fora.

Estas franjas tem 613 nós, para que eles se lembrem das 613 leis de Moisés, das quais 248 são proibições e 365 são afirmações.

CARACÓIS

Outro fato muito importante que desejamos ressaltar é que, cada franja tinha de ter um fio azul. Durante o período bíblico, a cor azul era provavelmente a mais cara para se produzir. 

Por esta razão, somente as famílias mais ricas é que poderiam comprá-la. A razão é muito simples, pois a única fonte para se obter a cor azul era através da extração de uma pequena glândula do caracol MUREX. 

E, para se ter uma idéia do custo, era necessário cerca de 12 mil destes pequenos caracóis para se ter, mais ou menos, 3ml desta tinta azul. No ano 200 A.C. , meio quilo de tecido tingido de azul custava o equivalente hoje a 36 mil dólares.

Até o ano 300 D.C., este mesmo meio quilo chegou a custar 96 mil dólares.

Obs.) Tudo indica que Lídia, a vendedora de púrpura que se converteu ao Cristianismo, era uma das mulheres mais ricas do Império. (Atos 16:14)

Por outro lado também, a cor azul representava o céu; era algo divino. Esta cor se tornou num símbolo de separação da pessoa do mundo comum. Portanto, ter um fio azul na orla das suas vestes era algo divino, real.

Então, aqueles que a possuíam sabiam de seu grande valor diante de Deus. Esse fio era, provavelmente, passado de pai para filho, geração após geração, como algo bastante precioso. 

Outra coisa, a faixa azul no manto de oração dos homens judeus, também tem o mesmo significado. É interessante notar que este símbolo está representado na faixa azul da bandeira de Israel.

AUTORIDADE

Estas franjas estão íntimamente associadas com a autoridade de uma pessoa. Por exemplo, no caso do rei Saul, vemos como Daví o humilhou chegando perto dele numa caverna no deserto de En-Gedi, onde ele cortou as franjas do manto de Saul, símbolo de sua autoridade.

Vejamos o texto de (I Samuel 24:1-12)

“Tendo Saul voltado de perseguir os filisteus, foi-lhe dito: Eis que Davi está no deserto de En-gedi. Tomou então Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi ao encalço de Davi e dos seus homens, nas faldas das penhas das cabras monteses. Chegou a uns currais de ovelhas no caminho, onde havia uma caverna; entrou nela Saul, a aliviar o ventre. Ora, Davi e os seus homens estavam assentados no mais interior da mesma. Então os homens de Davi lhe disseram: Hoje é o dia, do qual o Senhor te disse: Eis que te entrego nas mãos o teu inimigo e far-lhe-ás o que bem te parecer.

Levantou-se Davi, e furtivamente CORTOU A ORLA DO MANTO DE SAUL; e disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor. Com estas palavras Davi conteve os seus homens, e não lhes permitiu que se levantassem contra Saul; retirando-se Saul da caverna, prosseguiu o seu caminho. 

Depois Davi também se levantou e, saindo da caverna, gritou a Saul dizendo: Ó rei, meu senhor! Olhando Saul para trás, inclinou-se Davi e fez-lhe reverência, com o rosto em terra. Disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal? Os teus próprios olhos viram hoje que o Senhor te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que eu te matasse; porém, a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a mão contra o meu senhor, pois é o ungido de Deus. 

Olha, pois, meu pai, vê aqui a ORLA DO TEU MANTO NA MINHA MÃO. NO FATO DE HAVER EU CORTADO A ORLA DO TEU MANTO SEM TE MATAR, reconhece, e vê que não há em mim nem mal nem rebeldia, e não pequei contra ti, ainda que andas à caça da minha vida para ma tirares. Julgue o Senhor entre mim e ti, e vingue-me o Senhor a teu respeito; porém a minha mão não será contra ti”
Obs.) No hebráico, a palavra “orla” é “franjas”

Uma pergunta: Por que razão Davi estava tão chateado consigo mesmo? 

PORQUE ELE SABIA QUE ROUBAR AS FRANJAS DE ALGUÉM ERA O MESMO QUE ROUBAR A SUA AUTORIDADE. 

Mas ainda que Davi tivesse provado a Saul que ele não estava tentando matá-lo, o fato de cortar suas franjas foi um ato de grande humilhação para o rei.

Na verdade, isso incomodou profundamente a Davi, pois, conforme lemos acima, ele se humilhou diante de Saul com o rosto em terra. 

Naquela época, todos, inclusive Saul, sabiam que Davi tinha sido ungido por Samuel para que fosse o próximo rei sobre Israel. Por esta razão é que Saul temia a Davi. 

O que aconteceu naquela caverna foi que Davi tinha, literalmente, tomado a autoridade de Saul . E. sob este aspecto, bem que ele poderia ter tomado o trono de Saul.

Mas ele não o fez. Pelo contrário, ele preferiu que Deus determinasse o tempo certo para poder subir a ele. Enfim, este ato de Davi convenceu o rei que ele estava falando a verdade. 

É interessante notar que o ato de Davi ao devolver a autoridade de Saul, fez com que os dois se reconciliassem. Veja o que diz os versículos 19 e 20 do mesmo texto:

“…O Senhor, pois, te pague com bem, pelo que hoje me fizeste. Agora, pois, tenho certeza de que serás rei, e de que o reino de Israel há de ser firme na tua mão”.

RUTE E BOAZ

Um outro exemplo de autoridade representada através das franjas, encontra-se no livro de Rute. No (capítulo 3), Rute foi a Boaz para receber sua benção, o que lhe ajudaria a sair de uma situação difícil. 

- Então, segundo o texto, ela foi e dormiu a seus pés. Vejamos, agora o que diz os versículos 8 e 9:

- “Sucedeu que, pela meia noite, assustando-se o homem, sentou-se; e eis que uma mulher estava deitada a seus pés. Disse ele: Quem és tu? Sou Rute, tua serva; ESTENDE A TUA CAPA SOBRE A TUA SERVA, PORQUE TU ÉS RESGATADOR”

Segundo o texto, imediatamente Boaz entendeu o que ela disse, então exclamou: versículo 11:

“Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseres eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa”.

Importante: O QUE RUTE FEZ QUANDO PEDIU A BOAZ PARA QUE ELE ESTENDESSE SUA CAPA SOBRE ELA, FOI UMA MANEIRA SIMBÓLICA DE DIZER QUE ELA ESTAVA SE COLOCANDO DEBAIXO DA AUTORIDADE DELE.
Posteriormente, sabemos que ela acabou se casando com ele. 

“estende a tua capa sobre a tua serva” - Esta expressão era um sinal de que ela se casaria com ele. Ela era usada para descrever o relacionamento entre Deus e Israel. A razão para o pedido de Rute é que Boaz era um “resgatador”. 

E as responsabilidades de um “resgatador” incluíam:

1) resgatar a propriedade familiar que tivesse mudado de dono;
2) casar-se com uma viúva sem filhos para gerar filhos em nome do parente falecido. 

Segundo a lei do casamento levirato, quando não havia irmão para suscitar filhos em nome do falecido, a responsabilidade era transferida para o parente mais próximo. A ação de Rute estava de acordo com esta lei, que exigia da viúva a iniciativa de buscar o casamento. Rute indicou, naquela noite, que desejava que Boaz o fizesse, já que ele havia dado prova de disposição para assumir os deveres de “resgatador”).

HUMILDADE

No período compreendido entre os anos 70 A.C. e 135 D.C. as “franjas” se tornaram num símbolo de “status”. E, quanto mais rica era a pessoa, mais grandiosa era a sua franja.

Durante o tempo de Jesus (Yeshua), as franjas dos fariseus eram tão longas e tão bem elaboradas que chegavam a se arrastar no chão. Isto nada mais era do que uma demonstração ostensiva de orgulho que, obviamente, Jesus condenava. 

Vejamos o que ele diz a esse respeito, em Mateus 23:5:

“Praticam, porém, todas as suas obras com fim de serem vistos dos homens; pois ALARGAM OS SEUS FILACTÉRIOS E ALONGAM AS SUAS FRANJAS”.

Observação 01) Um “filactério” era uma pequena caixa de couro, de formato cúbico, que continha quatro pedaços de pergaminho, nos quais estavam escritos parte do Livro de Deuteronômio e de Êxodo. 

Durante a oração, um “filactério” era usado na testa, entre as sombrancelhas, e o outro no braço esquerdo junto ao cotovelo. Eram mantidos em seu lugar por tiras de couro, que os fariseus alargavam, para atrair maior atenção sobre si. Jesus estava criticando não o costume em si, mas o espírito que o corrompeu.

Observação 02) Sobre os fariseus, é importante dizer que nem todos eles eram hipócritas, como pensam a maioria dos cristãos. Como exemplo, temos o caso de Nicodemos que foi ao encontro de Jesus. 

Leiamos (Mateus 23:2-3): 

“Na cadeira de Moisés se assentaram os escribas e os fariseus. Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem”.

O mesmo acontece hoje em dia, pois há muitos líderes religiosos que são orgulhosos, interesseiros e até manipuladores do povo de Deus. Infelizmente, muitos tem o mesmo espírito dos fariseus: “dizem e não fazem”.

Na verdade, teologicamente falando, Jesus (Yeshua) estava mais próximo dos fariseus do que dos saduceus.

Muito bem. A lição que podemos tirar desta passagem é a seguinte: É MAIS IMPORTANTE CUMPRIR OS MANDAMENTOS POR UMA CONVICÇÃO INTERIOR EM ESPÍRITO DE HUMILDADE, DO QUE PRÁTICAS RELIGIOSAS EXTERIORES EXCESSIVAS.

Na verdade, Deus olha para o coração, enquanto o homem olha para o que está diante de seus olhos. 

ALGUMAS CONCLUSÕES IMPORTANTES:

Em primeiro lugar, entendemos melhor algumas passagens das Escrituras que, em outros tempos, nos pareciam obscuras, simplesmente porque não compreendíamos e nem, tampouco, conhecíamos o significado dos “cantos” ou “orla” das vestes de um judeu.

Em segundo lugar, podemos constatar que uma fé ativa libera o poder milagroso de Deus. De fato, nas situações difíceis da vida, Deus espera que demonstremos nossa fé de maneira eficaz.

Na Bíblia, quase sempre podemos ver exemplos que, a princípio, nos parecem muito estranhos. Mas, a verdade é que não há formulas rígidas para se alcançar um milagre. 

Pois, quando pensamos que há regras pré-estabelecidas para se seguir, no final, acabam falhando. Deus é soberano e, portanto, não se limita à lógica ou à razão humana. Ele realizará Seus milagres e demonstrará Seu poder em nossas vidas, do jeito que achar melhor. 

Na verdade, Seu desejo é que sempre dependamos e vivamos por fé, na base da nossa confissão, sem vacilar, pois Ele é fiel e jamais desamparará Seus escolhidos.

Em terceiro lugar, a autoridade de Deus é suprema, e está “debaixo de Suas vestes”, onde devemos buscar refúgio. 

No livro do Apocalipse, capítulo 19: 16, lemos o seguinte: 

“Tem no SEU MANTO, E NA SUA COXA, UM NOME ESCRITO: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES”. 

Ora, será que a expressão: “tem no seu manto, e na sua coxa”, não é uma referência às “franjas que se estendem até as coxas e que fala de sua autoridade?

UMA PALAVRA FINAL

Por último, concluímos que há muitas coisas que Deus nos pede como demonstração de nossa fé. Por exemplo, na lei de Moisés o povo foi instruído a vestir-se com franjas, colocar as Escrituras sobre o portal de suas casas, afastar-se de certas comidas, celebrar festas comemorativas, etc.

Mas, nós cristãos, devemos viver uma vida que reflita o Deus que servimos. 
Por isso, estejamos alertas pois, assim como os fariseus tinham um problema com o comprimento de suas franjas, da mesma maneira podemos estar exibindo um cristianismo de aparência exterior, alimentando cada vez mais o orgulho humano e impedindo de andar em humildade diante do Senhor

Obviamente que nós gentios, salvos e lavados pelo sangue precioso de Jesus Cristo, não precisamos colocar estas vestes com suas franjas. 

Pois, afinal de contas, vivemos numa outra dispensação; estamos debaixo de uma Nova Aliança, onde nossa autoridade está no Espírito Santo de Deus, que em nós habita. 

Por isso, devemos dia após dia, manter firme a nossa confissão, pois ela terá galardão. 


Pastor Júlio Lima Nogueira
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MISSÃO APOSTÓLICA E PROFÉTICA DO FAROL

- UM SINAL DE ALERTA PARA O POVO DE DEUS –
01 de junho 2013

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