SÉRIE: A Nova Aliança - Espírito e Vida - PARTE 1




OS TRÊS POVOS: JUDEUS, GENTIOS E A IGREJA DE JESUS

- Desde o início o propósito de Deus sempre foi formar um povo especial para então, a partir deste, abençoar todas as nações da terra.

- Primeiro, ele tentou com Adão, mas não deu certo. Depois do Dilúvio, ordenou a Noé mais ou menos a mesma coisa que havia ordenado a Adão, ou seja, (Gen.9:1) diz: ”Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra”.


- E, da descendência de Noé chamou a Abraão para formar então o povo de Israel natural conforme (Genesis 12:1-3). Mas, com a formação deste povo especial, o mundo todo ficou dividido, do ponto de vista de Deus, entre judeus e gentios, ou seja, entre o povo que tinha a Lei de Deus e os povos que não tinham.

- Aliás, Paulo inicia a segunda parte do capítulo 2 de Efésios com o assunto de Judeus e Gentios. Então, os Judeus são o povo escolhido de Deus descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.

- Por outro lado, os Gentios são todos os outros povos e nações que não fazem parte desse povo escolhido.


- Paulo teve de falar, primeiro, sobre estes dois grupos, para depois então falar sobre um terceiro grupo, ou seja, a Igreja de Jesus Cristo, isto é, o “Israel Espiritual”.

- Muito bem. Aos Efésios, povo a quem dirigiu esta carta, eram “gentios segundo a carne” que se converteram, e por isso faziam parte agora deste terceiro grupo, ou seja, a Igreja de Jesus Cristo.

- Contudo, para entendermos bem sobre a Igreja, precisamos compreender primeiramente sobre a situação dos judeus e dos gentios.

- Em (Efésios 2:1 e 3) lemos: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,...entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais”.

- Aqui, Paulo mostra que tanto “vós” (gentios) como “nós” (judeus) estávamos mortos por causa do pecado. Contudo, mais adiante, nos versículos 4 a 10, ele fala sobre a graça de Deus que traz vida a todos. 

- Aliás, para entender melhor sobre a graça de Deus, é necessário compreendermos a posição dos judeus e gentios, pois, é pela graça que surge o terceiro grupo: a Igreja .

- Podemos perceber pelas Escrituras que Deus deu a Lei aos judeus, com a finalidade de mostrar a inutilidade dos esforços humanos no cumprimento da mesma, e, assim, preparar o homem para receber a graça através de Jesus Cristo.

- Obs.) A Lei que eles deveriam cumprir constava de 613 mandamentos, dos quais 365 eram afirmações e 248 proibições.

- Ao invés disso, porém, os judeus ficaram orgulhosos e se sentiram superiores aos outros povos. Se tornaram cheios de justiça própria, não reconhecendo que o simples fato de CONHECER a Lei jamais poderia justificá-los.

- Eles não reconheceram seu fracasso total em CUMPRIR a Lei. 

- Por outro lado, os gentios, não tinham conhecimento de Deus e nem tampouco da Sua Lei. Na verdade, eles viviam longe de Deus, nas trevas da ignorância e perdidos nos seus pecados.

- Entretanto, Cristo, que veio da linhagem de Israel natural, morreu e ressuscitou, para formar então uma nova raça no “Espírito”. Com isto, ele (Cristo) acabou a distinção que até então existia.

- Ler (Efésios 2:11-19) “Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas,(ou seja, pelos judeus) naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós (gentios), que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos (judeus e gentios) fez um; e, tendo derribado a parede de separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois (judeus e gentios) criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos (judeus e gentios) em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe (ou seja, aos gentios) e paz também aos que estavam perto; (ou seja, aos judeus) porque, por ele, ambos (judeus e gentios) temos acesso ao Pai em um Espírito. Assim, já não sois (gentios) estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus...

- Muito bem. Esta expressão do (vers.14 de Efésios 2) “parede da separação” fala do Templo onde havia uma separação entre o lugar permitido aos judeus e o lugar permitido aos gentios.

- Ou seja, os gentios podiam entrar no Templo até um certo ponto. Não onde os judeus estavam. Por outro lado, havia também uma outra “parede de separação” entre os judeus e os sacerdotes.
- Pois, somente os sacerdotes é que podiam entrar no “Lugar Santo”, enquanto que os judeus comuns não podiam.

- Havia, portanto, duas separações: 1) entre judeus e gentios e 2) entre judeus e sacerdotes
- Ora, o fato dos gentios serem proibidos de entrar onde os judeus estavam, significava que eles, gentios, estavam separados de Deus não tendo direito algum de entrar na presença de Deus, ao passo que os judeus tinham esse direito, por serem descendentes natural de Abraão. Por esta razão é que havia uma barreira, uma inimizade entre ambos.
- Entretanto, a Palavra diz que “Cristo é a nossa paz” (Efésios 2:14) . Aliás, o contrário de paz é “inimizade”. Com a morte de Jesus na cruz, Ele derrubou a parede de inimizade que existia entre Judeus e Gentios.

- Na verdade, quando Jesus veio, tanto judeus e gentios estavam separados de Deus, e ambos precisavam de reconciliação com Deus.
- Pois, os judeus, por um lado, tinham a Lei, a Palavra as Alianças e as Promessas, mas, apesar disso, eles rejeitaram o Messias por causa da sua justiça própria e orgulho.
- Por outro lado, os gentios, por sua vez, não tinham nada, pois estavam sem Cristo, sem Deus, sem as Alianças e sem esperança. 
- Assim, os dois povos (judeus e gentios) estavam perdidos e, dessa forma, Deus podia usar então de misericórdia para com ambos.
- Não podemos nos esquecer que, desde o início, Deus sempre quis ter um povo especial, uma nação separada que recebesse a Lei de Deus, povo este que seria um veículo para abençoar todas as demais nações da terra. (Exodo 19:4-6 e 1Pedro 2:9).
- Na verdade, se os judeus estivessem cumprido a Lei e estivessem de fato em aliança, unidos e reconciliados com Deus, então seria importante haver uma parede de separação entre eles e os gentios.
- Então, neste caso, um gentio só poderia estar unido com Deus quando ele se humilhasse e se tornasse judeu. Mas, o fato era que tanto o judeu quanto o gentio estavam separados de Deus pelo fato de ambos não cumprirem a Lei.

- Por isso é que Jesus veio então para destruir aquela” parede de separação” que dava uma falsa segurança aos judeus. 
- Mas, por outro lado, Jesus veio para levantar uma nova “parede de separação” entre os que “eram circuncidados no Espírito” (tanto judeus como gentios), e os que “não eram circuncidados no Espírito” (tanto judeus como gentios).

- Com isso, os judeus perderam seu lugar de exclusividade, pois, agora, neste novo grupo, ou seja, na nova “raça eleita e escolhida pelo Espírito”, o fato de ser descendente natural de Abraão não significava muito.

- Por exemplo, os gentios, ao ouvir o Evangelho e crer nele, deixavam de ser gentios e passaram a ser membros do novo grupo, ou seja, da “raça eleita e escolhida pelo Espírito”.

- Então, com o levantamento da Igreja, tanto os judeus como os gentios podiam fazer parte único povo de Deus.

- Na realidade, se não entendermos sobre a posição dos judeus e gentios, não poderemos compreender muito bem sobre a graça de Deus.

- Ora, por um lado Deus usou os judeus para revelar a Lei e a inutilidade da justiça humana.

- Por outro lado, ele está usando os gentios para revelar a Sua graça, que é concedida aos homens simplesmente por causa da Sua misericórdia sem que haja qualquer merecimento da parte do homem. 

- Conclusão, para entrarmos no “grupo da graça de Deus”, temos de deixar de lado toda a justiça própria, orgulho espiritual, prática de rituais, ordenanças, mandamento de homens, espírito partidário (preocupação com denominação e comodismo religioso).




Autor:  PR. JULIO LIMA NOGUEIRA
- Fundador Presidente da Missão Apostólica e Profético do Farol em Coconut Creek, Flórida (2001)
- Cooperador do Evangelho do Reino
<< UM SINAL DE ALERTA PARA O POVO DE DEUS >>
18 de fevereiro de 2014


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da MISSÃO DO FAROL