O INCENSÁRIO E O INCENSO



Muito bem. Conforme (Levítico 16:12-13), o sumo sacerdote deveria tomar o “incensário cheio de brasas” e trazê-lo perante o Senhor, no Santo dos Santos, onde acrescentaria dois punhados de incenso, produzindo uma nuvem que cobriria o propiciatório. 

(Apocalipse 5:8) explica o significado espiritual dos “incensários e do incenso”: 



“Quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos (número representativo da igreja em todos os tempos- 12 tribos mais 12 apóstolos) prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”.
Então, as taças são as orações dos santos, e o mesmo vale para o “altar de incenso”; e o “incenso” é o próprio Cristo adicionado às orações dos santos.

Na verdade, ao orarmos, Cristo deve ser adicionado às nossas orações, pois, somente assim, nossas orações serão agradáveis a Deus.

Ora, muitas vezes, as nossas orações são muito “cheias de nós mesmos”. Elas tem origem em nós, na nossa vontade humana e, não em Cristo e na Sua vontade para nós!

Por esta razão é muitas das nossas orações não tem resposta!

Na prática, quando vamos a Deus em oração, não devemos imediatamente “despejar” sobre Ele os nossos pedidos e ansiedades.

Antes, é necessário aquietar nossa alma egoísta durante algum tempo, esvaziando-nos dos nossos sentimentos, a fim de “tocar no sentimento de Deus”. 

Então, desse modo, sem nada pedir, somos, pouco a pouco, esvaziados e purificados pelo Senhor. 

Assim, imediatamente, “entramos em espírito” e, consequentemente, o próprio Senhor nos dará um encargo, um sentimento, enfim, uma direção e um sentido para a nossa oração.

Importante: Se, ao orarmos, percebermos que não estamos contatando o Senhor de maneira viva, ou seja, não estamos em espírito, devemos, nesta hora, cessar nossas palavras e “clamar por Ele, precisamos “invocar o Senhor”.

Como afirmamos, há pouco, muitas vezes nossas orações são cheias de palavras vazias, de pedidos egoístas e de vontades alheias à vontade de Deus. 

Portanto, se elas não são feitas na “comunhão viva com o Senhor”, tendo-o como nosso “incenso”, quase nenhum valor terá diante de Deus.

Precisamos buscá-Lo sériamente, a fim de tocar o Espírito todas as vezes que orarmos!

Pois, ao dizer em (Romanos 8:26) que o “Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”, Paulo estava se referindo ao fato do Espírito orar em nosso interior.

O que estamos afirmando é que todos nós precisamos amadurecer espiritualmente. E, isto só ocorre por meio de conhecermos mais a Cristo. 

Desse modo, conhecendo mais o nosso Senhor, cresceremos até chegar “à varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, deixando de ser como meninos que são fácilmente agitados por qualquer ensinamento.

Como diz (Efésios 4:13-14) “...até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo ,para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro”.

Resumindo: Precisamos avançar até a maturidade!

Pois, “maturidade” significa: “ter pleno conhecimento de Cristo!

Infelizmente, há muitos cristãos que se contentam apenas com mensagens “açucaradas”, centradas apenas em “palavras de consolo”, “palavras milagrosas” ou em “promessas de fim de sofrimento”, equecendo-se a necessidade de Deus.

Na verdade, estas coisas são “coisas de menino”, que não desejam avançar na experiência espiritual. 

Antes, precisamos de ensinamentos que sejam cheios da visão da economia de Deus, que nos levarão a conhecer mais a Cristo. 

Ora, os meninos, ou seja, os imaturos espirituais, se preocupam muito com o que “Jesus faz” (curas, milagres, promessas de conforto, etc.) e não com o “conhecimento de quem Jesus é”.

Precisamos, cada vez mais, manifestar a “fragrância do conhecimento de Cristo”. 

Para entender melhor isto, leiamos (2 Cor. 2:14-16): “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo, e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes (os que se perdem) cheiro de morte para a morte; para com aqueles (os que são salvos, aroma de vida para a vida.” 

Portanto, Paulo está dizendo que o conhecimento de Cristo é como um aroma, um perfume ou seja, uma doce fragrância.

Ele usa também a expressão: “sempre nos conduz em triunfo”. 

Obs.) Esta expressão é uma referência a uma prática dos antigos generais romanos. Segundo a tradição, ao voltar para Roma, eles eram seguidos pelas pessoas conquistadas. Estas pessoas os seguiam levando um incensário que exalava o aroma do incenso queimado. Para aqueles que aceitavam aquele general como seu novo senhor, aquele era um “aroma de vida para a vida”, pois eles eram mantidos com vida. Por outro lado, os que não aceitavam o general como seu novo senhor, eram levados para o Capitólio onde eram executados. Desse modo, o aroma do incenso destes era “aroma de morte, para a morte”. 

Da mesma forma, essa procissão triunfante prefigura nossa relação com o nosso General Jesus Cristo. Pois fomos conquistados por Ele e nos tornamos Seu escravo.

Na realidade, um servo é a pessoa que mais conhece o seu patrão, pois ele convive diáriamente com ele!

Ora, segundo Paulo, como ministros da Nova Aliança, por onde quer que passemos, devemos manifestar e expressar o conhecimento do perfume de Cristo. 

Na verdade, devemos espalhar a “fragrância da vida de Cristo que está em nós”. Discutir doutrinas ou demonstrar conhecimento bíblico traz pouco resultado.

Mas, o que as pessoas precisam é inspirar a doce fragrância de Cristo em nós. Pois, quando elas são atraídas por este perfume, elas vão diretamente para Cristo.

Falemos, um pouco, agora, sobre o “incenso usado no Tabernáculo”.

O incenso usado no Tabernáculo era formado por três especiarias: estoraque, ônica e gálbano, que eram adicionadas ao incenso puro. 

E, o incenso aromático obtido disso era temperado com sal, puro e santo, segundo o texto de (Exodo 30: 34-38): “Disse mais o Senhor a Moisés: Toma substâncias odoríferas, estoraque, ônica e gálbano; estes arômatas com incenso puro, cada um de igual peso; e disto farás incenso, perfume segundo a arte do perfumista, temperado com sal puro e santo”.

Muito bem. As três especiarias mencionadas simbolizam a morte de Cristo. E, o incenso puro, simboliza a Sua ressurreição.

A essa mistura, deveria ser acrescentado o sal, que também representa Cristo. Por ser Ele o sal, nós cristãos somo também o “sal da Terra” conforme (Mateus 5:13).

A referência ao sal é muito significativa, pois, as ofertas não podiam ser apresentadas com mel, e sim, com sal, pois o mel pode fermentar, propiciando o surgimento de fungos, enquanto o sal preserva e é germicida.

(Colossenses 4:6) diz: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”. 

Na verdade, o sal deve ser uma característica imprescindível no nosso relacionamento, principalmente com outros irmãos.

Podemos dizer que o “mel” representa o nosso relacionamento natural, as nossas amizades baseadas apenas em nossas emoções caídas. 

Aliás, este é um ambiente perfeito para o surgimento de “fungos” de fofocas, pecados, críticas, panelinhas, etc., o que acaba criando danos ao Corpo de Cristo.

Por esta razão é que Paulo diz que a nossa palavra tem de ser “temperada com sal”, ou seja, ter Cristo misturada nelas.

Na verdade, a nossa habilidade natural de cativar as pessoas, de nada vale. Mas, precisamos do “sal da vida do Senhor” em nós, para que possamos manifestar a “fragrância do conhecimento de Cristo”.

Outra coisa. Quando o incenso ficava pronto, provavelmente ele se apresentava em forma de barra ou de grandes grãos. 

Então, parte deste incenso devia permanecer nessa forma, enquanto que o restante dele era reduzido a pó.

Na verdade, ambas as formas representam duas maneiras diferentes de conhecermos a Cristo. 

Podemos dizer que o “incenso em grãos” representa um conhecimento comum e superficial de Cristo. Um conhecimento mais grosseiro, sem nenhum refinamento.

Este é o conhecimento de muitos cristãos que não dedicam tempo à comunhão com o Senhor ou à leitura da Bíblia. É um conhecimento que não produz um resultado radical de vida ou mudança de vida.

Por outro lado, há também o “incenso moído”. O conhecimento de Cristo representado pelo incenso moído é mais profundo e subjetivo.

Pois, moer, implica em trabalho, tempo e disposição.

Conhecer Cristo desta maneira é resultado de exercício do espírito, buscando comunhão com o Senhor em todas as situações.

Enfim, é o resultado da leitura bíblica com o intuito, não de receber informação apenas, mas de contatar o Cristo vivo que nela se encontra para receber espírito e vida!

Neste sentido, conhecer Cristo como “incenso moído”, é conhece-LO de maneira mais profunda!

Por outro lado, podemos dizer também que Cristo foi reduzido a pó no tempo em que Ele viveu como homem neste mundo, conforme (Isaías 53:5), pois, todo o Seu viver foi caracterizado por lutas, sofrimentos e labutas.

Uma pergunta: Para que servia o “incenso moído?”

Ele deveria ser colocado diante da Arca e servia apenas para cheirar. 

Vejamos o texto de (Êxodo 30:36-38) “...Uma parte dele (do incenso) reduzirás a pó o porás diante do Testemunho na tenda da congregação, onde me avistarei contigo; será para vós outros santíssimo. Porem, o incenso que fareis, segundo a composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor. Quem fizer tal como este para o cheirar será eliminado do seu povo”. 

Então, quanto mais moído era o incenso, mais perfume ele exalava.

Desse modo, Moisés ou o sumo sacerdote, após terem estado no Santo dos Santos, saíam cheios de aroma do incenso. 

Isso é exalar o aroma do conhecimento de Cristo!

Pois, quanto mais nós “permanecermos no espírito”, em comunhão face a face com o Senhor e com a Sua Palavra recebendo dela “espírito e vida”, mais “aroma de conhecimento” manifestaremos diante das pessoas!

Quando o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, ele tinha de pegar as brasas do altar e colocá-la no incensário, e tomar um punhado de incenso aromático bem moído.

Ao passar sobre o véu, ele colocava o incenso moído sobre as brasas do incensário. 

Isso fazia com que subisse uma nuvem de incenso aromático que cobria o “propiciatório” e, assim, ele não morria. 

Isto está registrado em (Levítico 16: 12-13) “Tomará também, de sobre o altar, o incensário cheio de brasas de fogo, diante do Senhor, e dois punhados de incenso aromático bem moído e o trará para dentro do véu. Porá o incenso sobre o fogo, perante o Senhor, para que a nuvem do incenso cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra.

Conclusão: No Santo dos Santos havia “glória e aroma”. 

Isto significa que, por um lado, temos a “luz da glória de Deus” incidindo sobre nós.

E, quanto mais O contemplamos, mais O refletimos, mais somos transformados e enchidos de glória, ou seja, da vida de Deus.

Por outro lado, temos o “aroma”. Então, por recebermos a luz da glória, mais e mais exalaremos o aroma, a fragrância do conhecimento de Cristo.

Como ministros da Nova Aliança, devemos espalhar o aroma do conhecimento de Cristo Jesus onde quer que passemos.

Somos como “espelhos de ouro” que contemplam e refletem o próprio Senhor, sendo transformados de glória em glória na Sua própria imagem. 

Enfim, precisamos conhecer mais de Cristo. Já o temos em nosso espírito. Mas há muito mais para conhecer!


Pastor Júlio Lima Nogueira
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MISSÃO APOSTÓLICA E PROFÉTICA DO FAROL

- UM SINAL DE ALERTA PARA O POVO DE DEUS –
29 de maio 2013

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